A foto mostra uma garotinha sorridente segurando seu irmão mais novo, pequeno e prematuro, que tinha saído da incubadora pela primeira vez. É uma cena comovente. A garotinha é a irmã mais velha de James, e o garotinho, bem, é ele próprio.
Vou lhes contar uma pequena história real a respeito dos primeiros dias de vida do nosso ídolo.
Susie, a mãe, quando estava grávida de James, acompanhou a filha Hayley piorar de saúde. “Ela estava com febre, tinha os mais terríveis acessos de tosse, ficava azul e parecia que ía parar de respirar. Para mim estava óbvio que era Coqueluche, mas o médico me dizia que não” disse Susie.
Foi em uma noite qualquer, quando se levantava para cuidar de Hayley, que James resolveu nascer - seis semanas mais cedo do que o planejado. Susie teve que interná-lo em uma Unidade de cuidados especiais para bebês o mais rápido possível. A cuidadosa mãe estava tão preocupada com o filho prematuro que nem chegou a abraçá-lo de imediato, com medo que ele pegasse alguma infecção. Susie era enfermeira e sabia dos cuidados especiais que uma criança prematura precisaria ter.
Enquanto o pequeno James estava lutando por sua vida na Unidade de Tratamento, Hayley estava doente em casa. Foi em uma conversa com o médico que tudo começou: “Ele disse que mesmo se Hayley estivesse com a doença, ela estaria acima do estágio de infecção, então eu a levei para ver seu novo irmão” conta Susie.
Para a mãe já estava sendo um momento muito difícil por ter a filha doente, mas ela nem imaginava que levando Hayley para ver seu novo irmão, estaria colocando a mesma doença no frágil prematuro.
James que tinha nascido com menos de 3 quilos, já estava começando a ganhar peso, até que um dia Susie chega para vê-lo e o encontra tossindo. Atordoada, ela vai falar sobre sua preocupação sobre Coqueluche com a enfermeira, em resposta a enfermeira disse que bebês prematuros poderiam apresentar essa tosse por causa da mal formação de seus pulmões.
Susie estava muito preocupada com toda essa situação, para completar ela teve que deixar Hayley com seu ex-marido alcoólatra, Paul. Susie precisava passar mais tempo com James, devido aos cuidados especiais. “Os médicos acreditavam que o problema estava no seu coração, e isso causava a má respiração de James. Eu fui forçada a assistir e não poder fazer nada, aí ele parou de respirar” disse Susie. “A primeira vez eu fiquei desnorteada, seu peito não se mexeu por mais ou menos dois minutos e ele estava ficando azul.”
Uma noite Susie foi telefonar para o hospital para saber como estava seu filho, foi então que ela soube que ele não estava bem. O hospital de Rugby precisava de pessoas especializadas para cuidar desse caso, foi então que um médico especializado em neo-natal e uma enfermeira de Londres vieram e decidiram transferir James para o hospital infantil de Birmingham.
James, Susie, a enfermeira e o médico deixaram o hospital em uma ambulância, seguida de policiais. James estava em uma incubadora quando parou de respirar novamente. Susie não conseguia tirar os olhos dele. Quando sua cor começou a escurecer, Susie gritou aflita. “Eles queriam me fazer sentar novamente. Ninguém fazia nada nem dizia nada. Eu abri a incubadora e peguei meu filho. Ele estava azul” disse Susie. “Eu gritei novamente, ele não estava respirando. Eles pegaram os aparelhos para tentarem ressuscita-lo. Eu me sentia inútil, sem poder fazer nada”.
No hospital de Birmingham, o novo médico e sua equipe estavam discutindo sobre o que iriam fazer com James. Enquanto Susie tomava coragem para falar com eles, o médico foi até ela. O médico a perguntou o que ela pensava sobre isso, e ela falou de tudo, sobre os sintomas da filha dela e que James poderia estar com a mesma doença. Imediatamente o tratamento mudou. A partir de agora as coisas pareciam estar mudando. Eles o colocaram em uma máquina para auxilia-lo na recuperação. Sua comida foi substituída por fios que ligavam até as veias para alimenta-lo, pois seu estomago não agüentava coisas sólidas.
Susie ficou lá por quatro dias, e depois voltou para Rugby. Semanas depois a polícia foi até sua casa para levá-la até James. A cada momento ela estava convencida que poderia ser o último. “Foi nesse tempo que ele parou de respirar por muito tempo – quatro minutos. Ele ficou preto por causa da falta de oxigênio, e me foi sugerido batiza-lo. Eles pensavam que James estava morrendo”. O médico perguntou a Susie se ele poderia desligar os aparelhos, mas ela nunca desistiu do pequeno, e o amava por ser assim e estava fazendo tudo o que podia.
Um dia ela encontrou um padre ao lado de James, ela prontamente disse que James não estava indo a lugar nenhum, e que não precisava chegar a tal ponto. “Sentei-me e acariciei seu pequeno corpinho, segurando seus dedinhos e lhe cantando canções de ninar. Foi o pior momento da minha vida. James lutava durante toda sua respiração e Hayley ainda parecia estar mal” disse Susie.
De alguma forma, James conseguia melhoras. Ele ganhava peso aos poucos e ficava mais forte. Os ataques ficavam menos freqüentes. Finalmente, depois de 5 meses de agonia, pesando 2,73 quilos, James voltou para casa.
Susie conta que ficou com depressão por causa disso, e a falha dos médicos não reconhecerem a verdadeira doença do filho, só agravava as coisas.
“Sempre que ouço James cantar, eu me lembro de como ele era frágil e como ele conseguiu sobreviver e crescer, apesar de todos os erros” disse Susie. “Para mim, sua voz é sentimental, profunda e comovente, com um pouco de magia. Sempre que o ouço fico tão feliz por ter insistido aos médicos para lutarem por ele, assim como ele mesmo lutou por si”.
“Para mim é o som de James gritando: Eu estou vivo!”
Tradução: James Morrison BR